Política

'Vamos reduzir o valor do IPTU em Niterói', garante Allan Lyra

Apesar de estreante na política, Lyra demonstra autoconfiança ao dizer que "tem chancela de todos os bolsonaristas". Foto: Ramon Ribeiro

Por Ezequiel Manhães


O candidato Allan Lyra, do Partido Trabalhista Cristão (PTC), defende que o governo em Niterói 'precisa ser moralizado'. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo deputado federal Carlos Jordy (PSL), Lyra quer o fim do financiamento público para eventos como Réveillon e a Parada LGBTQI+ na cidade, caso eleito.

O bolsonarista também promete reduzir o valor do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), que considera abusivo, além de abrir possibilidades como a facilitação no pagamento do imposto, por meio de cartão de crédito. "Hoje essa é uma das maiores demandas dos niteroienses", enfatiza o prefeitável.

Apesar de estreante na política, demonstra autoconfiança ao dizer que 'tem chancela de todos os bolsonaristas' para chegar ao segundo turno do pleito em 29 de novembro, e já anuncia uma disputa com o candidato de situação Axel Grael (PDT), antes mesmo da definição do primeiro turno, marcado para o dia 15.

  • O que o senhor entende como principal problema na gestão de Niterói hoje?

Uma das maiores demandas é o valor do IPTU abusivo, que é um dos mais caros do Brasil e o retorno quase não existe. Eu tenho proposta concreta e responsável para redução do valor em até 20% em quatro anos e a facilitação no pagamento. As obras que são realizadas em Niterói custam muito caro e as pessoas costumam se perguntar o motivo e começam a descobrir, não por um feedback dado pela atual gestão, não pelo Portal da Transparência, mas a gente descobre infelizmente nas páginas criminais dos jornais. A maior demanda, e eu vou ser eleito por conta disso, é porque realmente as pessoas de bem na cidade querem uma moralização da política, que passa por um combate ferrenho à corrupção. Rodrigo Neves hoje conduz Niterói com 65 secretarias, isso é um absurdo.

  • O que seria o Corujão da Saúde, que o senhor aborda em seu Plano de Governo?

É uma parceria público-privada que tem como finalidade a redução da fila de exames, em que a proposta seria chamar para conversar a iniciativa privada, para que ela atendesse a demanda dos nossos doentes [rede pública] na fila de saúde. O Corujão seria basicamente um modelo adotado em vários lugares do mundo, onde o paciente teria encaminhamento para fazer exame em hospital privado, mas apenas no período noturno. Porque o que acontece: um hospital precisa manter sua equipe e todo aparato técnico para pronto-atendimento. Mas no período noturno, o volume de atendimento é pequeno. Nesse período, o cidadão da rede pública poderia buscar o seu atendimento na rede privada e o município, no caso, pagaria. 

  • Por que Niterói precisa de Allan Lyra como prefeito pelos próximos quatro anos?

A gente precisa de um prefeito que rompa com esses 30 anos de alternância de poder entre PT e PDT. Nas últimas três décadas, a máquina pública ficou tabelando entre essas legendas, ou seja, partidos de esquerda e que infelizmente administraram de forma pífia os nossos recursos. Nosso município tem 500 mil pessoas e um orçamento de R$ 3.6 bilhões, com boa parte dele provenientes dos royalties de petróleo. Tenho andado por todo município e constatado que a cidade é maquiada. Quando chove vira lamaçal, com ruas todas esburacadas. Eu sou um candidato conservador e trago comigo valores que são inegociáveis e que foram colocados em cheque ao longo desses 30 anos.

  • Qual analise você faz os dos seus adversários? 

São muitos adversários, uns com projeto de poder, outros com alinhamentos ideológicos concorrendo ao cargo de chefe do Executivo no município. Mas a gente tem um adversário que é com esse que a gente vai ter que ir para o segundo turno, que é o Axel Grael. Ele é o candidato da máquina, que coloca funcionários comissionados para bandeirar em frente às barcas; além do volume de dinheiro que a máquina traz e a quantidade de cabides de emprego. A diferença é só uma: ele só tem dinheiro e eu tenho o povo de bem e Deus ao meu lado.

  • Como o senhor pensa Segurança Pública em Niterói? O que pretende investir nesse setor?

Destaco o armamento da Guarda Municipal e o treinamento da força policial também que vai ser treinada e armada. Lembrando que o treinamento hoje que é dado para Guarda é pela Polícia Federal e o índice de reprovação a esse exame é de 25%. Será feito com muita responsabilidade, mas vamos armar a Guarda Municipal.

  • O eleitorado tem confiança em estreantes: o seu caso?

Hoje não ser uma pessoa que já tenha uma vida política, não te coloca numa zona desconfortável. Por que quem vem? Quem lidera as pesquisas? Indicado por quem? O atual candidato da máquina é ambientalista. A gente está vendo a Lagoa de Piratininga morrer. Ele vem com uma chancela de um prefeito que esteve preso por 92 dias. Eu tenho chancela de todos os bolsonaristas, a cada dia minha campanha vem ganhando mais adesão porque a gente vem com uma pauta moral afiada com o sentimento, com aquilo que a maior parte da população de bem niteroiense que é conservadora deseja. Tem gente que tem muito preparo e roubou muito. Eu, as pessoas que me conhecem me dão essa credibilidade e diferencial para entrar para política de forma íntegra e de lá sair assim também. 

  • Quais são as suas metas para o setor cultural da cidade?

Tentar incentivar ela que sofreu muito também com a questão da quarentena. Conversando com pessoas que são desse segmento e hoje estão desamparadas, não foram assistidas pelo nosso atual governo. Agora, ela precisa também ser moralizada. 

Quem é Allan Lyra?

O empresário Allan Lyra tem 35 anos, é católico, casado e pai de um bebê. Foto: Ramon Ribeiro

O empresário Allan Lyra de 35 anos, é católico, casado, pai de um bebê e de última hora se tornou a aposta do PTC na disputa pela Prefeitura de Niterói. Estreante na política, Lyra tem como vice de chapa o subtenente Célio, do Podemos.

Em 2013, Lyra coordenou a logística da visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude e conta que lá conheceu o movimento pró-vida. "Comecei a estudar estratégias da esquerda para a legalização do aborto no país", disse em um vídeo de apresentação. Ele nunca tentou cargo no Legislativo e Executivo.  

Allan era um dos pré-candidatos a vereador pelo PTC e abriu mão de seu projeto inicial para concorrer ao posto máximo do Executivo municipal, impulsionado pelo deputado federal Carlos Jordy (PSL), após conflito interno com a própria sigla, que por convenção definiu a chapa majoritária encabeçada pelo delegado federal Deuler da Rocha e o vice, o empresário Alexandre Ceotto (Republicanos).

Cara a cara

https://youtu.be/j1_JXMNkRIQ
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